Antes de tudo, queria registrar as motivações para esse post, que foram: O lançamento de The Umbrella Academy (que eu recomendo muito), um reencontro com meus blogs de 2013, uma conversa nostálgica e uma playlist antiga.
No início da minha adolescência, eu dedicava boa parte do meu tempo livre a ouvir meus cantores e bandas prediletas (que iam de 2NE1 a Marina Diamandis a My Chemical Romance), ler sagas (principalmente As Crônicas de Nárnia e Percy Jackson) que eu amava e assistir minhas séries e animes favoritos. Essas obras assumiram um papel de refúgio nos períodos difíceis que cercaram meus onze, doze anos, e que faziam eu me sentir sozinha: mudança de escola, dificuldade de se encaixar, perdas familiares, amizades rompidas, problemas emocionais, entre outros.
Com a internet e redes sociais em mãos, logo, eu descobri que, mais que apenas ser espectadora, eu poderia interagir, com fãs, com artistas, com a arte em si.
Com a internet e redes sociais em mãos, logo, eu descobri que, mais que apenas ser espectadora, eu poderia interagir, com fãs, com artistas, com a arte em si.
Eu comecei a participar de grupos em redes como o facebook e o tumblr, escrever sobre tudo que eu gostava em blogs, ler e escrever fanfics, compartilhar a arte de pessoas dos fandoms ("grupo de fãs") que eu participava. Fiz amizades nesse meio — não só na internet como na vida real, e até mesmo na escola — que me apoiaram em momento difíceis (e que divertiam minhas tardes vazias).
Esse período também mudou o jeito que eu encarava a arte. Apesar de eu já escrever nessa época, eu via a arte como uma coisa distante, que estava apenas em livrarias, cinemas, exposições do outro lado da cidade. Meu primeiro contato com um meio artístico longe desses lugares, livre e independente, se deu pela internet, pelos fanworks — artes e histórias de fãs, como fanarts e fanfics. Eu conheci artistas que eram, essencialmente, "gente comum" como eu, e que desmistificaram todo esse conceito que eu tinha de que a arte válida era só a que estava museus e bibliotecas, por artistas nobres e de fora da minha realidade. Esse foi o pontapé para eu começar a escrever mais, tanto fanfics quanto obras originais, e a buscar e apoiar mais obras e artistas que estavam longe de prateleiras, por pura diversão. Também foi o que me ajudou a aliviar a timidez, melhorar minha expressão e desenvolver meu senso crítico.
Quase seis, cinco anos depois, eu confesso que sentia um pouco de vergonha de relembrar esse período. Afinal, eu já não tenho mais os mesmos gostos de quando eu tinha doze anos, e essas comunidades — principalmente as formadas por uma maioria de garotas jovens, ao meu ver — nunca foram muito bem vistas ou levadas a sério. Muitas vezes, eu costumava diminuir essas experiências como uma fantasia, um reflexo da minha solidão. Mas foi... o contrário.
Todas essas coisas me ajudaram a passar por fases difíceis, aproveitar e amadurecer ao lado de diferentes pessoas e perspectivas. E foi exatamente isso que me salvou: as conexões. Minha conexão com essas obras, com um coletivo, com indivíduos, arte, comigo mesma. De verdade, talvez eu nem estivesse aqui, em uma fase completamente diferente (e ainda dentro da adolescência, só para constar), digitando esse texto hoje se não fossem por essas conexões.
E foi isso que salvou minha adolescência.
Esse período também mudou o jeito que eu encarava a arte. Apesar de eu já escrever nessa época, eu via a arte como uma coisa distante, que estava apenas em livrarias, cinemas, exposições do outro lado da cidade. Meu primeiro contato com um meio artístico longe desses lugares, livre e independente, se deu pela internet, pelos fanworks — artes e histórias de fãs, como fanarts e fanfics. Eu conheci artistas que eram, essencialmente, "gente comum" como eu, e que desmistificaram todo esse conceito que eu tinha de que a arte válida era só a que estava museus e bibliotecas, por artistas nobres e de fora da minha realidade. Esse foi o pontapé para eu começar a escrever mais, tanto fanfics quanto obras originais, e a buscar e apoiar mais obras e artistas que estavam longe de prateleiras, por pura diversão. Também foi o que me ajudou a aliviar a timidez, melhorar minha expressão e desenvolver meu senso crítico.
Quase seis, cinco anos depois, eu confesso que sentia um pouco de vergonha de relembrar esse período. Afinal, eu já não tenho mais os mesmos gostos de quando eu tinha doze anos, e essas comunidades — principalmente as formadas por uma maioria de garotas jovens, ao meu ver — nunca foram muito bem vistas ou levadas a sério. Muitas vezes, eu costumava diminuir essas experiências como uma fantasia, um reflexo da minha solidão. Mas foi... o contrário.
Todas essas coisas me ajudaram a passar por fases difíceis, aproveitar e amadurecer ao lado de diferentes pessoas e perspectivas. E foi exatamente isso que me salvou: as conexões. Minha conexão com essas obras, com um coletivo, com indivíduos, arte, comigo mesma. De verdade, talvez eu nem estivesse aqui, em uma fase completamente diferente (e ainda dentro da adolescência, só para constar), digitando esse texto hoje se não fossem por essas conexões.
E foi isso que salvou minha adolescência.
-Mari, 5.3.18
Um adendo de 6.3.18: eu fiz essa playlist com algumas músicas que eu escutava antigamente e decidi colocar aqui... e é isso aí.
aaa eu só queria registrar que de todas as tuas musicas eU CONHEÇO TODAS MENOS AS COREANAS OK (só algumas pq eu tbm era meio corebeira)
ResponderExcluiressas músicas eram/são muito boas aaaAAA e eu tive uma fase muito louca por k-pop KNKHJIG (mas fico feliz que essas músicas conseguiram chegar até a quem não era fã do estilo... hinos)
Excluirabraços! ♡
Me identifiquei com a parte das fanarts e fanfics e de descobrir que esse poderia ser um lugar na internet em que eu poderia desenvolver minhas habilidades e senso crítico. Minha adolescência foi diferente, mas reconheço que também me "afogava" em livros para escapar de umas coisas chatas seguidas de mudanças e escolas novas.
ResponderExcluirolá, Isadora!
ExcluirFanarts e fanfics realmente ajudaram muita gente a se desenvolver artisticamente, fico feliz por encontrar mais gente que teve essa experiência ♡ Livros são melhores amigos em tempos difíceis, acho que para muita gente, independente das particularidades. Fico feliz que eles tenham te ajudado também~
abraços ♡
Preciso confessar que morro de saudades da época em que eu era super fã de One Direction. Eu fazia amizade com garotas do Brasil inteiro através de um grupo no Facebook e foi lá dentro que eu comecei as minhas primeiras histórias. De início, eram aqueles imagines bobos com S/N, mas acabou evoluindo para fanfics mais elaboradas e é tão estranho pensar que eu comecei isso por diversão e agora quero seguir isso como profissão.
ResponderExcluirPor volta da nona série, lá em 2015, eu comecei a ler Percy Jackson e, sem sombra de dúvida, foi uma das sagas que eu mais gostei de ler. Frequentemente me imaginava vivendo no Acampamento Meio-sangue, sendo filha de Deméter e passeando pelos campos de morangos.
Mesmo depois de quase 5 anos, fanfics continuam sendo alguns dos meus principais refúgios. Descrevo tudo aquilo que sinto e gostaria de sentir em minhas histórias, assim como tudo o que eu gostaria que acontecesse comigo, tanto que boa parte delas eu julgo serem um tanto quanto clichês.
Adorei sua playlist, sabia? Tem Marina, tem SHINee, tem Never Shout Never e ainda tem EXO! Tudo do bom e do melhor que eu costumava ouvir!
Um beijo, um queijo, um franganote, um senpai que te note e até mais ♡ | Indie
saudades dos imagines de S/N, eu comecei com eles também, e agora eu quero viver de escrever) ♡ não fui fã de 1D, mas consigo imaginar o carinho e receptividade, que é muito comum nesses ambientes
Excluireu li percy jackson nessa época também, e eu também me imaginava no Acampamento com os personagens (filha de Apolo aqui)
eu não escrevo mais tanta fanfic quanto eu escrevia, mas às vezes ainda escrevo one shots para não perder a prática e me divertir um pouco. ando escrevendo histórias também e escrevo muito do que sinto também, eu gosto muito dessa expressão (e clichés podem ser muito bons e esquentar o coração quando preciso)
obrigadaaaa ♡ fico feliz que tenha gostado da playlist!
abraços, Katthi! ♡
primeiramente eu estou chocada que existe outra pessoa que era fã de 2ne1 e mcr ao mesmo tempo!!!! e eu amo as crônicas de nárnia. tenho uma história parecida com tudo isso, tbm entrei no tumblr em 2010 só pra postar sobre panic! at the disco e afains. escrevia fanfics horriveis no caderno da escola e chorava no quarto escutando mcr o dia inteiro. (essa ultima parte até hj, não nego). mas até que me trouxe coisas boas por incrível que pareça. em 2013 descobri twenty one pilots e foi uma reviravolta na minha vida. acho o que eu tô tentando dizer é o quão estranho é o que a musica faz na nossa vida né. tento ao máximo não me sentir envergonhada sobre quem eu era anos atrás, acho que devo algum respeito a quem eu era de alguma forma. enfim. eu simplesmente amei seu blog!!! e playlist, que saudade 2ne1!!!!!!!!!
ResponderExcluirbjs<3
olá, esteph!
Excluireu digo o mesmo! eu nem sabia que essa intersecção incluía mais alguém além de mim KMKHMI
eu escrevia muita fanfic entre as aulas também, e entendo a experiência de chorar ouvindo mcr (ainda hoje, às vezes)
a música muda nossa vida, de certa forma, como um amigo. mesmo hoje, diferentes de nós do passado, também concordo que devemos algum respeito a quem éramos (acho que você sintetizou muito bem nessa frase, é isso)
enfim, obrigada pelo comentário fofo, fico feliz que você tenha curtido a playlist
abraços ♡