O violão se chama Austin

 

 Eu andei me ocupando voluntariamente nas últimas semanas. É até um pouco irônico eu dizer isso agora. Ano passado, tudo que eu queria mesmo era me desocupar. Meu tempo nunca nem chegou a ficar realmente vazio, devido à escola e tarefas de casa, mas, por um período, consegui esvaziar minhas tardes e ficar apenas com as obrigações para cumprir. Depois de alguns meses seguindo essa rotina, eu comecei a sentir falta de ter algo para me dedicar, além de ir à escola, sair e observar meu ventilador de teto girar. No fundo, eu sou inquieta demais para não fazer nada por muito tempo, ou para fazer só o necessário e nada mais. Então decidi que era hora de buscar atividades que já moravam nos meus sonhos há um bom tempo: música e desenho.

Faz um tempo desde as minhas primeiras aulas de violão em fevereiro, e foi um primeiro contato maravilhoso. Apesar de ter amado o curso, eu tive que sair, pois não conseguiram formar a turma e não tinha outro horário possível para mim. Passei mais de um mês (sem violão) esperando um curso comunitário, mais perto e acessível, abrir as vagas, e tive minha primeira aula lá no primeiro domingo de abril. Por incrível que pareça, a vontade de aprender consegue superar a preguiça de levantar às sete da manhã em um domingo.

 Além da aula, uma amiga minha me emprestou o violão antigo dela para treinar enquanto eu ainda não compro o meu (muito obrigada, Giovanna!). Eu ando grudada nele há alguns dias,  ora treinando, ora apenas tirando os sons de cada nota, casa, corda e acorde. Até agora, eu sei tocar três acordes e uma versão extremamente simplificada de We Will Rock You do Queen, com só um acorde. Eu ainda estou aprendendo a "digitar" no violão, e pareço um gato jogando os dedos nas cordas. Ainda assim, eu me sinto tão familiar com ele, como se tudo que eu precisasse fazer é desbravá-lo e aprender a técnica, mas o ritmo já está nas mãos.

 

Alguns dos primeiros desenhos...

 Além de tocar, eu também ando treinando desenho. Desde pequena, sempre gostei de desenhar e cheguei a treinar bastante quando eu tinha uns dez anos, mas por motivos que não me recordo, eu parei. Até pouco tempo atrás, eu achava que eu não tinha nenhuma capacidade de desenhar algo decente, mesmo sabendo que isso depende da prática. Só recentemente eu consegui me livrar de todas essas ideias de que eu preciso ter o "talento nato", de que eu já tinha "passado da idade para começar", de que eu não sou boa em comparação a tantas pessoas (eu ainda acho isso, mas em questão de estar praticando há bem pouco tempo mesmo). Eu não queria que todos essas inseguranças me impedissem de começar algo novo mais uma vez. No curso de violão,  por exemplo, conheci várias mulheres de trinta, quarenta anos aprendendo algo novo, e assim como nunca é tarde para elas, nunca é tarde para mim, nem para ninguém. Tudo que eu precisava mesmo, além da vontade, era… começar.

  

...e alguns dos últimos.

 Eu comprei um caderno A4, só para me organizar. Comecei a treinar principalmente pessoas e anatomia. As referências dos meus primeiros desenhos foram: o Julian Casablancas, as sailors (de Sailor Moon) e o Gerard Way (típico). Ainda não aprendi a pintar ou contornar, mas penso em procurar mais sobre tudo isso em breve. Até lá, vou continuar buscando melhorar meu traço e me divertir.

 Além dessas atividades, eu estou enrolada em estudar para provas e nas questões de (futuro) trabalho, que foram as coisas que mais me ocuparam durante esse quase um mês sem passar aqui. Acumulei alguns textos, mas eu também não estava muito inspirada. Talvez eu só precisasse de um dia calmo como hoje, depois de tantos dias cheios.

 Enfim, obrigada se você leu até aqui. Uma boa tarde (dia, noite) e aproveite a semana.

- Mari, entre 19 e 21.04.19